terça-feira, 21 de setembro de 2010

Rede e Liberdade

Hoje em dia, baixamos músicas na internet a todo momento, sem nem nos perguntar de que tipo de mecanismo estamos nos utilizando. Por isso, decidimos falar um pouco sobre alguns conceitos que estão bem presentes no dia-a-dia de todos nós que baixamos nossas trilhas sonoras pela internet!

Primeiramente, falaremos das redes peer-to peer, que diferem das redes tradicionais; elas permitem que haja uma livre arquitetura das redes. De acordo com a Webopedia ( www.webopedia.com, citada no link http://www.gta.ufrj.br/grad/04_1/p2p/  ) as redes peer-to-peer podem ser definidas como;

“Um tipo de rede de computadores onde cada estação possui capacidades e responsabilidades equivalentes. Isto difere da arquitetura cliente/servidor, no qual alguns computadores são dedicados a servirem dados a outros. "

Estas redes pressupõe um feedback, interação entre servidor e cliente. Aquele que produz informação também pode ser aquele que a absorve, numa troca de papéis constante. Este inversão de papéis está presente em diversos elementos da rede, como por ex. nos Torrents.

Torrent é uma forma de extensão; "é um protocolo que permite os utilizadores (usuários) fazerem download de arquivos indexados em websites. Essa rede introduziu o conceito “partilhe o que já descarregou” maximizando muito o desempenho e possibilitando downloads rápidos e imediatos" (definição encontrada em http://suserania.wordpress.com/). Assim, você pode baixar o arquivo através de um servidor, ou de um usuário que esteja baixando o mesmo, de modo a otimizar a velocidade e disponibilidade de um mesmo arquivo.

Já deu para perceber que, com a internet, esta questão de quem produz e quem consome conteúdo se mistura cada vez mais, não? Com isso, dá para imaginar que a questão dos direitos autorais (como já comentado em outro post aqui neste blog) se torna cada vez mais complicada.  Por isso, um conceito importante de ser compreendido é o das Licenças creative commons.

Tal licença "não significa abrir mão dos seus direitos autorais. Significa oferecer alguns dos seus direitos para qualquer pessoa, mas somente sob determinadas condições." (mais definições e explicações podem ser encontradas em http://www.creativecommons.org.br/)

Com isto, as licenças creative commons implicam em uma nova forma de se pensar nos direitos autorais. Não acabam com estes, mas o adaptam a uma nova forma de cultura em rede; os direitos continuam preservados, mas autoriza-se as pessoas a reproduzirem seu conteúdo, sempre dando crédito a quem o produziu. Além disso, você permite que as pessoas tenham acesso ao que você produziu, mas sem nenhum tipo de uso comercial. Pode também "pode permitir que outras pessoas distribuam obras derivadas somente sob uma licença idêntica à licença que rege sua obra", ou não permitir que obras derivadas sejam distribuidas como sendo suas.

Assim, você amplia o acesso à informação, mas consegue preservar os direitos autorais.

Outra idéia importante de ser compreendida é a das licenças GNU (General Public License). Com este tipo de licença, todos podem copiar e utilizar um determinado conteúdo, mas sem modificá-lo. Esta licença serve para softwares (é a utilizada pelo Sistema Linux) e permite a difusão e aproveitamento de programas, mas sempre preservando as chamadas "liberdades originais". De acordo com a Wikipedia, se baseiam em quatro pontos principais;
  1. A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito
  2. A liberdade de estudar como o programa funciona e adaptá-lo para as suas necessidades. O acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade.
  3. A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao seu próximo.
  4. A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie deles O acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade.
Bom, depois de toda essa discussão, dá para perceber que com a internet se torna cada vez mais complicado pensar em produção e consumo de informação como se pensava anteriormente. Cada vez mais, os papéis de produtor/consumidor se mesclam, como vimos nas redes peer to peer e nos torrents. Por isso, é necessário também pensar em modelos que preservem os direitos autorais, sem minar a liberdade e difusão da informação oferecidas pela rede (como é o caso das creative commons e das GNU).

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